A nos resta este lacônico vazio, que já se insinuava quando ele abandonou as disputas políticas, prenúncio do lodaçal pasmacento e estéril que já se tornara mote da política local.
Com Otávio, ou melhor, com Tavinho vai-se a termo o pouco de esperança, a nesga de cor e brilho que restava á política maricaense.
Com Tavinho fomos cúmplices da grandeza, parceiros de sonhos e utopias que não faziam parte do repertório medíocre e mesquinho da ridícula “classe política” local.
Tavinho nos obriga a duas despedidas.
Ao amigo generoso, brincalhão, afável, encorajador, as vezes sacana e maravilhosamente parceiro.
Mas também nos obriga a despedir-nos dos sonhos de juventude, do idealismo intrépido, do espírito aventureiro, da novidade e da invenção.
Inventor de ideais, construtor de utopias, mestre na arte de buscar novos sonhos e torná-los realidade plausível e palpável, Tavinho leva o que há de mais precioso em nos, a esperança de que as virtudes que um dia possuímos todos, resgatariam os sonhos que nos trouxeram até aqui.
Mas não, não sobra mais uma gota da honradez que foi, um dia, nossa bandeira. E sequer podemos honra-lo, pranteando por este filho de Maricá que se formou Engenheiro e Advogado, que criou a Secretaria do Meio Ambiente e o escritório do CREA em Maricá, que foi também Secretário de Obras e fundador do Partido Verde no Estado do Rio de Janeiro, além de Candidato a Prefeito e a Deputado Estadual...
Contudo não podemos velar seu corpo, despedir-nos desse filho da terra, pois rancores antigos o impedem. E posso afirmá-lo com todas as letras, pois á revelia da família fui pessoalmente ao presidente da Câmara, o vereador Fabiano Horta, e este servindo-se de desculpas protocolares NEGOU o uso do salão daquela Casa do Povo, onde recentemente pudemos nos despedir da grande maricaense (e cabo eleitoral do mesmo vereador) Lucimere Melo.
Ao despedir-nos de Tavinho, encerramos um capítulo importante da história política de Maricá.
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